Ao longo dos anos, e talvez por passar demasiado tempo sozinha e por lidar com várias questões relacionadas com a evolução do meu negócio sozinha, sinto que são demasiadas as vezes em que me vou abaixo, não me permitir ficar nesse lugar muito tempo é uma questão que tenho vindo a trabalhar. Fui percebendo que tratar da nossa mente e das nossas emoções é fundamental para termos uma vida mais saudável e prazerosa, e que torna mais fácil dar a volta quando a nossa cabeça nos quer atraiçoar com medos e inseguranças que não sabemos de onde chegam.
Entre estas e outras coisas foi um caminho muito longo e difícil até chegar a várias soluções que me ajudam a estar mais em paz e mais segura para enfrentar as adversidades da vida.
Decidi então criar uns encontros para mostrar que soluções eu encontrei para mim e que podem ser úteis também para vocês.
Os encontros acontecem à mesa, com um lanche e com uma boa conversa e boas partilhas.
Tudo começou assim, aconteceram 3 lanches com 3 temas diferentes até eu perceber que faltava a minha intervenção, e não podia ser outro tema se não a cozinha.
A cozinha foi, é e acredito que vá continuar a ser a minha terapia e pode ser a tua também.
O clássico e mítico texto de Mia Couto continua a inspirar-me e a fazer todo o sentido
“-E, lá, quem lhe faz o prato?
– Um cozinheiro, avó.
– Como se chama esse cozinheiro?
Ri, sem palavra. Mas, para ela, não havia riso, nem motivo. Cozinhar é o mais privado e arriscado ato. No alimento se coloca ternura ou ódio. Na panela se verte tempero ou veneno. Quem assegurava a pureza da peneira e do pilão? Como podia eu deixar essa tarefa, tão íntima, ficar em mão anônima? Nem pensar, nunca tal se viu, sujeitar-se a um cozinhador de que nem o rosto se conhece.
– Cozinhar não é serviço, meu neto – disse ela. – Cozinhar é um modo de amar os outros.”
Vamos aprofundar este tema em vários showcookings de vários temas, vou partilhar o meu ponto de vista e a forma como cozinhar me salvou do fundo do poço onde me encontrava, vamos conviver, cozinhar, comer e ser felizes. Vamos ter oportunidade de outros momentos fora da cozinha, num lugar mágico rodeado de natureza, animais, horta, rio e ar puro.
E sim, eu vou-me sentar à mesa também, porque mais do que vos servir e cozinhar para vocês, eu quero fazer parte deste fim de semana de uma forma intensiva.